Entre os dias 3 e 6 de julho, o Theatro São Pedro apresenta a estreia de Oposicantos, ópera do compositor Flo Menezes, uma das figuras centrais da música contemporânea brasileira. Com direção musical de Eduardo Leandro e encenação de Alexandre Dal Farra, a montagem propõe uma experiência sensorial imersiva, que rompe com a disposição tradicional entre palco e plateia. O público será convidado a assistir à obra de diferentes ângulos, com parte da plateia posicionada no palco e músicos distribuídos entre os espectadores.
A encenação explora radicalmente a espacialização da música e da cena, um recurso que dialoga diretamente com a escritura complexa de Flo Menezes. Para o compositor, Oposicantos “é a expressão de uma forma de pensamento que não admite o reducionismo lógico ou maniqueísta”, propondo, em vez disso, uma “fricção constante entre polaridades”.
Oposicantos é uma obra musical complexa e inovadora, criada entre 2019 e 2024, que vai muito além do que entendemos por uma ópera tradicional. Em vez de contar uma história com começo, meio e fim, ela convida o público a refletir sobre ideias, contrastes e o próprio ato de comunicar.
Flo Menezes define Oposicantos como uma “O_per_A-Lieder”: uma mistura de ópera com canções (os “Lieder” alemães), mas também como uma “ação musical multimídia”. A obra reúne:
Tudo isso acontece em um só ato contínuo, com várias partes chamadas de “Situações”, que organizam os temas da obra.
O nome Oposicantos já revela sua ideia central: a oposição entre cantos, ideias, línguas, sons, significados. A obra é construída a partir de contradições e contrastes – entre os textos, os idiomas, os sons e até os próprios instrumentos e vozes.
Por exemplo:
Oposicantos reúne fragmentos de mais de 20 autores e poetas de diversas épocas, como Dante, Goethe, Machado de Assis, Rosa Luxemburgo, Rimbaud e Karl Marx, além de filósofos como Lao-Tsé e o estoico Crisipo — que aparece como a única “personagem” da obra.
Flo Menezes também criou quatro textos poéticos baseados em fragmentos filosóficos atribuídos a Crisipo, que aparecem ao longo da obra. Neles, ele discute temas como a linguagem, a verdade, a arte, a memória e o pensamento.
Ao contrário da ópera tradicional, Oposicantos não tem uma história para contar nem personagens dramáticos. Em vez disso, a música, os textos e as imagens servem para expressar ideias em conflito, como se os próprios pensamentos fossem os personagens da obra.
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