A temporada lírica de 2025 do Theatro São Pedro ganha novos contornos com a montagem da ópera O Barbeiro de Sevilha, de Giovanni Paisiello (1740–1816), em uma realização da Academia de Ópera e da Orquestra Jovem do Theatro São Pedro. As récitas acontecem nos dias 29, 30 e 31 de maio e 1º de junho, com sessões às 20h (quinta a sábado) e 17h (domingo). O público também poderá acompanhar um ensaio geral aberto no dia 27 de maio, às 19h.
Com direção musical de Maíra Ferreira e direção cênica de Ines Bushatsky, a produção propõe uma nova leitura da clássica comédia, destacando a personagem Rosina sob uma perspectiva mais protagonista e contemporânea.
“Toda vez que montamos essa ópera, Rosina se vê presa novamente na casa de seu tutor, Bartolo. Dessa vez, ela é colocada sob outra perspectiva: ao acordar para cantar a ópera, decide fugir. Criamos uma dramaturgia paralela em que ela tenta escapar ao longo do espetáculo — e só consegue ao final, quando sai pela plateia em direção à liberdade”, comenta a diretora cênica Ines Bushatsky.
Ambientada entre as décadas de 1950 e 1960, a encenação aposta em cores vivas, cenografia repleta de invenções e referências visuais que mesclam o passado da obra com questões atuais, como a autonomia feminina. O libreto é o mesmo utilizado por outras versões do enredo — como a famosa ópera de Rossini — mas aqui, a montagem dá ênfase à complexidade emocional e social das personagens.
O elenco é formado por cantores da Academia de Ópera: Fernanda França e Marilia Carvalho revezam-se como Rosina, Ernesto Borghi interpreta o Conde Almaviva, Cláudio Marques dá vida a Fígaro, Julián Lisnichuk vive Bartolo, entre outros nomes que completam a produção.
Bushatsky destaca ainda que a ópera de Paisiello oferece uma construção rica de contrastes: “Enquanto o Conde tem uma musicalidade mais aristocrática, Fígaro é puro bom humor com árias de caráter popular. Rosina, por sua vez, é extremamente solitária, e suas árias são um clamor pela liberdade”.
Com elementos cômicos e líricos, a montagem equilibra emoção e humor, e promete ao público uma experiência singular, que resgata uma versão menos conhecida, porém profundamente expressiva, desta história tão marcante da literatura e da ópera.
A classificação etária é de 12 anos.
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