Formado em Comunicações e Artes pela FAAP, Fabio Namatame possui extensa carreira como figurinista de espetáculos. Já desenhou figurinos para peças de teatro, musicais, apresentações de dança e óperas. Recebeu os prêmios APETESP, APCA, Sesc de Teatro SP, Premio Shell de Teatro, Premio CulturaInglesa de Teatro ,Premio Carlos Gomes de Opera, Festival de Cinema de Paulinia e Premio SESC de dança de Belo Horizonte.
Em 2013, Namatame recebeu o convite para desenhar o figurino da ópera As Bodas de Fígaro para o Theatro São Pedro e, desde maio de 2014, trabalhou nas roupas que os cantores e atores da montagem vestirão nos dias 26, 28 e 30 de novembro e 4, 5 e 7 de dezembro.
Confira abaixo alguns figurinos desenhados por Fábio e a entrevista na qual o artista revela detalhes de sua produção.
De que modo um figurino contribui para o sucesso de uma ópera?
O sucesso de uma ópera depende, principalmente, da sintonia do trabalho de todos os artistas envolvidos na produção: diretor musical, diretor cênico, figurinista, cantores, atores, etc. É o trabalho deste conjunto que define a qualidade da montagem. Já desenhei figurinos para diversos tipos de montagem. Cada área tem uma linguagem própria e na ópera, justamente pela importância musical, a realidade é sempre retratada um pouco maior. De certa forma, a ópera realça os sentimentos e acontecimentos da história. Como figurinista, procuro acompanhar esta proporção e criar roupas um pouco mais destacadas, mais desenhadas.
Qual foi o ponto de partida para a criação dos figurinos?
Com a facilidade de pesquisar na internet, busco inspiração em muitos tipos de documentos, como filmes de época, por exemplo. Mas, minha principal fonte de pesquisa para esta ópera foram os quadros rococós que retratam a nobreza e os criados do século XVIII.
Como você define o estilo do século XVIII? Houve alguma adaptação para esta ópera?
Era uma época em que para nobreza “mais era mais”. Quanto maior o tamanho da peruca, dos babados, dos laços, tanto melhor. O estilo era muito extravagante. Dei uma enxugada nesse excesso para a montagem. A silhueta da época está presente, mas está mais leve e elegante, não tem aquele aspecto cômico.
Como foi trabalhar em parceira com Livia Sabag, a diretora cênica de As Bodas de Fígaro?
Primeiramente, quis entender como seria a montagem, quais caminhos ela pretendia seguir. A partir dessa conversa, comecei a desenvolver a estética dos figurinos e fomos trocando ideias com o passar do tempo. A Livia pediu que tudo fosse muito elegante e criativo. Como enxuguei as extravagâncias, tornei o figurino mais crível para hoje em dia. Assim, os atores e cantores também podem se destacar mais. Gostei bastante da parceria com a Livia Sabag, sempre achei sua direção muito criteriosa. Livia procura entender muito bem a obra e tem métodos apurados de pesquisa.
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